Após a medida do governo dos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump na última segunda-feira (20), que suspendeu por 90 dias o repasse de fundos americanos destinados à ajuda humanitária de uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), serviços de apoio a migrantes venezuelanos em Manaus e em outros quatro estados da região Norte foram paralisados.
A suspensão afetou o repasse de recursos de programas como o Bureau de População, Refugiados e Migração (PRM) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que oferecem suporte à assistência humanitária.
Durante os 90 dias de suspensão, o Departamento de Estado dos EUA deverá revisar os programas em andamento para garantir que estejam alinhados aos objetivos de política externa do governo Trump.
Impactos no Brasil
Profissionais que atuavam no escritório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), localizado no Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) da Compensa, Zona Oeste de Manaus, foram dispensados nesta segunda-feira (27). O local recebia diariamente centenas de migrantes em busca de serviços de acolhida e regularização migratória.
De acordo com a OIM, a paralisação pode deixar milhares de imigrantes sem acesso à regularização migratória para a residência temporária no Brasil. Sem os documentos necessários, essas pessoas ficarão desassistidas de serviços essenciais como saúde e alimentação.
A OIM é parceira do governo brasileiro na Operação Acolhida, que, desde 2018, auxilia na regularização migratória e no fornecimento de assistência humanitária a venezuelanos que entram no país pelo estado de Roraima.
Serviços afetados pela suspensão de verbas
Com o corte de recursos, diversas áreas serão prejudicadas, incluindo:
- Regularização migratória e assistência humanitária;
- Proteção e serviços de saúde;
- Interiorização e movimentos humanitários;
- Combate ao tráfico de pessoas e contrabando de migrantes;
- Apoio técnico e desenvolvimento de políticas de integração.