Durante três dias, comunitários de Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, em Iranduba, participaram de uma oficina de técnicas de interpretação para teatro, cinema e TV. A comunidade está localizada a cerca de 86 km de Manaus.
A ação foi realizada por meio do projeto Meu Herói, contemplado na Lei Paulo Gustavo para ações no audiovisual. Além da oficina, os ribeirinhos também assistiram a uma mostra de cinema de três dias e participaram das filmagens de um curta-metragem.
Crianças, adolescentes e adultos participaram das ações formativas, que incluíram jogos teatrais, exercícios de interpretação, conteúdos teóricos e rodas de conversa sobre arte e experiências artísticas.
O cineasta e produtor audiovisual Bruno Pereira, autor do projeto, destacou que a proposta das ações do Meu Herói é democratizar o acesso à cultura e fortalecer o papel da arte em transformar vidas.
“As oficinas são importantes porque oportunizam o acesso à técnica. Uma vez que esses comunitários vivenciam, eles assimilam esse conhecimento e demonstram seu potencial para a arte”, explicou Pereira.
A atriz e professora Márcia Vargas, responsável pelas oficinas, explicou que o projeto permite que os comunitários protagonizem suas histórias por meio da encenação.
“Foi interessante ver o processo de construção ao longo dos dias. Os alunos, com as ferramentas recebidas, desenvolveram papéis e foram protagonistas de suas histórias, apresentando problemáticas da comunidade e de outras regiões do Brasil”, relatou Vargas.
Semente plantada
A estudante Eduarda Vitória, a Duda, elogiada pela equipe de produção, compartilhou que foi a primeira vez que contracenou e que a experiência marcou sua vida.
“Eu nunca tinha participado de nada parecido. Foi uma boa experiência, divertida. Gostei do meu personagem e me senti atraída pelo ofício de ator”, contou Duda.
Carlos Jeremias, outro estudante que participou da oficina, comentou sobre a experiência de interpretar um personagem e se apresentar diante de uma plateia.
“Eu nunca tinha feito algo assim. Achei muito legal e divertido. Vou sentir saudades”, disse Jeremias.
Acesso à cultura
A professora Jamille Maquiné trouxe a turma de alunos para participar das oficinas. De lancha, os estudantes e a professora navegaram pelo Rio Negro, vindos das comunidades do Saracá e do Inglês, até o centro social de Tumbira. Ela destacou a importância do projeto Meu Herói.
“Sempre incentivo meus alunos em tudo que é bom para o conhecimento e aprendizado. O teatro desenvolve nossos alunos e os faz perder a vergonha de falar e se apresentar. O projeto é muito importante e interessante”, afirmou Maquiné.
A veterinária Liz, de Sorocaba (SP), que estava como turista em Tumbira, participou de uma das noites de oficina de teatro. Emocionada, ela compartilhou sua experiência.
“Eu sou veterinária, nunca participei de teatro. A experiência foi muito legal e marcante. É algo que guardarei no meu coração para o resto da vida. Ampliou muito meu conhecimento e me tirou da zona de conforto”, disse Liz.
O projeto Meu Herói conta com apoio cultural do Centro de Artes Integradas do Amazonas (CAIA) e da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
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